Em nome de toda a inspiração.

A música Lost Stars, da banda Maroon 5, está tocando no meu notebook e enchendo o quarto com uma brisa de leveza e inspiração. Fecho os olhos por um momento e respiro fundo, com os dedos pousados nas teclas. Sei prometi a mim mesma que nunca mais iria escrever, mas é mais forte do que eu. Não consigo evitar. Eu preciso escrever.

Penso igual ao Cazuza: “Escrevo para não falar sozinha”. E, ainda assim, muitas vezes, falo sozinha. É muita inquietação dentro de mim, como se as personagens morassem aqui no meu peito e gritassem sem parar. São de vozes ecoam em minha mente, provocam meus sentidos e estimulam minha imaginação. Essas personagens estão todas vivas em mim. E, em alguns dias, não consigo dizer o que é real e o que é ficção. Acho que está tudo misturado.

Quando abro os olhos, encaro a tela branca do Word. E então, sou subitamente arrebatada pela sensação de ansiedade, medo e paixão que sempre toma conta da minha mente e da minha alma, quando estou prestes a escrever.

E essa sensação se intensifica cada vez mais, na medida em que encho as páginas com palavras que, ao contrário do que as pessoas próximas a mim pensam, são mais do que uma simples junção de letras.

As páginas são recheadas por palavras que traduzem sentimentos e que dão vida aos meus sonhos mais profundos.

Palavras que falam com, para e por mim.

Palavras.

Que são expulsas da minha mente e do meu coração como se fossem flechas velozes, prontas a atingir o alvo. Rimadas ou não. Simples, para os detalhes, para o sussurro do vento na janela, para o pôr-do-sol e o beijo abaixo de milhares de estrelas. Refinadas, para o sonho, para o “felizes para sempre”, brilhante e repleto de fogos-de-artifício, para a imensidão de desejos e medos.

Tenho vontade de gritar para o mundo que sou mais do que uma menina perdida em sonhos e fantasias, em noites de insônia, na frente do notebook, escrevendo meus sonhos, enquanto o mundo dorme. Sou mais do que uma sonhadora ou uma lunática que conversa com meus próprios personagens.

Eu sou uma escritora. Sei que sou, mesmo que eu negue para as outras pessoas. Sou uma escritora, com todas as letras e significados que essa assombrosa palavra contém.

Eu, apesar de pensar o contrário, diminuindo-me, sou uma escritora, capaz de criar universos, dar vida a personagens e cujos principais combustíveis são café e música.

E uma agridoce dose de loucura.

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 14/09/2015
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