O poeta espera

A mente se aquieta, as palavras descansam

E deixam emergir calmos espaços

entre as conversas

Como nos solos de guitarra de David Gilmour,

o silêncio entre os acordes;

E o vinho demora-se na boca,

O olhar vira-se para o interior infinito das coisas.

Então mais tarde,

como se fosse um outro dia,

Em um outro lugar

Quando menos se espera,

A palavra surge de novo

do silêncio,

Cheia de poesia,

Como o aroma

e o sabor

surgem da uva fermentada;

E o olhos se erguem como se buscassem o céu

e a alma grita em voz baixa:

É isso! É isso!

.