Lanterna
Lanterna
Uma sombra na noite , queria desfazer o melhor dos seus sonhos , vinha sorrateira,com passos macios e silenciosos .
Mas seu coração de menina sentiu a frieza daquela alma lodosa , um ser asqueroso e sádico .
Mas ela ensinou-lhe .
Fique sempre alerta .
Butando sentido em tudo ao seu redor .
Olhando sempre dentro do olho do inimigo .
E assim ela se foi ...
Fui sem querer .
Amarrada ,angustiada, obrigada ...
E viu a sua minha vida sumir ,ao longo do asfalto frio ,e girou em volta de tudo que possuía e naquele momento perdia .
Teve uma infância feliz ,e via sua adolescência travar , mudar , girar e surgir em outro lugar .
Ah suas noites ...
Em seus sonhos sempre voltava ao Lar
Que ora seria Lar longe dali,longe daquele atrasado lugar .
Que ora estava longe, longe , infinitamente distante .
Reconheceu o mal assim que o viu , sentiu o abalar dos joelhos ,um olhar maldoso ,um maldoso olhar ,que só ela, sabia existir .
Longe da proteção fraterna ,
tornou-se lanterna ,
sempre acessa ,
nunca no escuro ...
De dia se esquivava ,à noite vigiava .
E assim foi .
Até que num cavalo alado , lhe foi enviado aquele que tinha a missão de lhe proteger , de salvar .
E suas noites se iluminaram ao clarão da Lua.
Sob as asas da proteção daquele que chegou ,
montado no seu cavalo alado para a liberdade voou .
Sua alma é livre ,
dorme sossegada
e até flutua ...
Adriana Noronha