Raras vezes a vida não dói

Raras vezes a vida não dói. Ainda assim, escreverei o teu nome, acima da tênue linha do horizonte que nos separa, para tentar sorrir com as poucas alegrias do mundo, para te dizer que é em ti que tudo começa em silêncio, para que possas entender o caminho das estrelas e das pontes sobre o peito. Raras vezes a vida não dói, amor, ainda assim descansarei meus olhos sobre os teus e aguardarei a enchente das marés para desaguar em teus braços e caminharei por sobre o oceano à tua procura, ainda assim repetirei que é em teu porto que meu barco atraca e se resguarda de tudo o que dói, amor, por entre todas as coisas indiscretas que não ousas falar, ainda assim, escreverei o teu nome acima da linha que divide o mar, porque são raras as vezes em que a vida não dói.