Verbo em ação
Ah, se eu tivesse dom de palavra, pra escrever "desejo" com a força dos braços nos abraços.
E transportar o verbo além da só leitura da visão, sem deixar de ser verbo, só mais presente; fenômeno e ação.
E dizer “ser feliz” com a virtude de um olhar, que nunca nega seu brilho à verdade, meio a um riso que sela, maior candura e primor.
Meu coração tagarela quer palavras que cumpram função de presença, pra dizer sem falar, coisas que irradiam de alma para alma, em um toque escrito, entrelaçar.
Queria colher palavras, como flores entre sonhos, pra te dar como afago, acalentar teu coração, alimentar teu sorriso, ninar teu dormir.
Um presente pra que lembre que um dia estive assim, querendo que teu mundo seja especial.
E que mesmo os desenganos, e enganos, te façam voltar mais forte.
Que se chorar, e vai chorar “porque a vida é assim”. Que os prantos não matem, reguem às sementes dos sonhos, que nasçam fortes as raízes, desenvolvam-se as arvores.
E se minhas palavras são fracas a medida dos sentimentos, eu tento até o fim, negar essa fraqueza e dar força de presença, nestas coisas que te escrevi.