ESBOÇOS
Trago em mim o esboço duma vida dolorida acompanhado por um pensamento com asas silenciosas que se transcrevem na escrita do tempo... tal como a vida que dança e vive na emoção do amor e da esperança... quando se embriaga de palavras que ajudam a espantar a dor...
Sou mutante de regras e repressões... carrego nos ombros o pesado fardo das transgressões quando minhas mãos traçam os rabiscos obscuros das nefastas negações... e deixa meu esboço esculpido na linha ténue dos meus espaços em branco...
Meu olhar se perde na imensidão do horizonte procurando o eco do vento enquanto minha boca esboça um canto silencioso e uma lágrima teimosa mancha o rosto cansado de chorar-me perdida...
Quando me anoitece a saudade... me transmuto para o labirinto da culpa... onde não me encontro... e rasgo as folhas perdidas por aí... onde nada escrevo... só rabiscos e esboços de espaços vazios... e o tempo esgotando-se... e a vida escorrendo-se por entre os dedos... e eu já sem forças para dedilhar um acorde de violino e recomeçar o esboço duma nova canção de amor... e o relógio do tempo que avança... e a minha vida vazia... como as sombras da noite... dança!
By@
Anna D’Castro