Em 29/08/20115
DESPERTANDO, PORQUE HOJE É SABADO.
Por: Tânia de Oliveira

Ouço uma música ao longe (Não, não estou falando de Érico Veríssimo. Estou ouvindo, não estou lendo). Agora, uma buzina, um ronco de carro passando, mais outro, uma voz de um vendedor que fala estranho onde só entendo o final da frase que diz, oia”. Será que é o “cuscuz de arroz”? Minha mente reclama: Só pensa em comida. O ser lá dentro responde:  não julga, são coisas da vida. Fecho os olhos e aproveito para ouvir a vida acordando comigo. O verdureiro gritando que tem fruta fresquinha. E agora ouço um latido. Um bem ti vi essa hora do dia? Uma mulher repreendendo um menino.
Abro uma brecha nos olhos, a luz do quarto ilumina-se. Uma sensação de paz invade meu corpo. O branco do lençol cheiroso reclama satisfação, lembrando que tudo está bem, quase perfeito. Até a dor da queda passada não mais dói direito. A mão passeia  pelos pneuzinhos por cima da camisola, a mente prontamente lembra: tá gorda, e agora? Mas, lá no fundo acanhado o ser completa: não se liga nisso, não é ão importante, apenas acorda..acorda...desperta.
Mas insisto no espreguiçamento lento. Um vento  entra pela janela com um repasse gostoso. É o carinho do ares de agosto. Sempre acompanhada pelo dualismo da mente que não para de trabalhar...mas com a inspiração da poesia, ela não pode brigar. Lembrei então que sonhei com o mar...calmo me convidando com a areia morna, pra com meus pés nela pisar. Senti a sensação da água , das ondas levinhas e da sensação boa que nos passa. A sensação é de alegria, a pulsação do respirar é de harmonia. Nada a acrescentar, só a descrever o que é que havia lá no sonho, com um convite que está a poucos metros para que eu possa realizar.
Poxa já deve ser bem tarde, reclama a tagarelice da mente tentando entrar pela porta da cozinha da minha alma. Mas o ser lá no interior,  me ver pela ponta do olho esquerdo aberto sobre o travesseiro,  dizendo silenciosamente apenas o óbvio , o certo: acorda,  mulher! Aí, enfim, eu desperto.
 
 
Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 29/08/2015
Reeditado em 29/08/2015
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