Nas estrelas
Nas estrelas
O respirar, ato involuntário do ser vivente
das plantas aos homens, é vida e depois morte.
Puro, nos inspira; cinza nos cega.
Certo dia o Universo inspirou profundamente
e bem suave foi soltando o ar,
e a cada suspiro nascia uma estrela.
Elas iam se afastando uma da outra
conforme se expandiam e,
as duas primeiras, ficaram infinitamente distantes uma da outra.
Milênios se passaram e o vácuo não as permitam mais conversar.
Um dia, porém, descobriram que podiam se falar.
Brilhavam luzes e diziam amor em suas piscadas.
Tão intenso foi isto que depois de tanto
voltaram a se aproximar e hoje se falaram.
Falaram pouco, mas juntaram suas eternidades.
O tempo todo é pouco para se lembrarem de tudo,
mas não têm pressa, pois há toda eternidade adianta à espera.
Elas brilham mais forte hoje e assim será em todas as manhãs.