OS RUÍDOS DO SILÊNCIO

Noite insone como tantas outras,
Um rolar infindável na cama,
olhos presos no teto, cérebro a mil.
Parece que o tempo não passa.
Viro pra lá, viro pra cá, nada.
O sono não vem!
Quero me desligar, aperto 
o travesseiro na nuca,
fecho os olhos... continuo desperta.
Levanto-me, vou para a varanda dos fundos,
deito-me na rede e fico quieta,
à espera do sono.
Começo então observar o silêncio.
Todos dormem. Uma calma profunda
invade a noite.
No quintal, as árvores. Plá! Sapoti caindo.
O vento açoitando as folhas.
De repente, o barulho de uma moto... passou.
Agora, já presto atenção aos ruídos.
Uma folha caindo, um grilo, um cão ao longe.
De novo o silêncio.
Plá! Outro sapoti se espatifa no chão!
Uma cigarra àquela hora tardia
anuncia o começo do verão.
Outros notívagos a seguem:
um pássaro, outro grilo, uma coruja.
As horas passam... e o sono não vem.
Um caminhão sobe a rua devagar
carregado nem sei de quê.
Carga pesada, pelo barulho
e dificuldade em subir.
Pensei no caminhoneiro
que também estava acordado como eu.
O cheiro de pneu queimado impregnou o ar.
Pobre motorista anônimo!
Era uma subida triste aquela do caminhão...
Um pomba rola arrulha na árvore.
Deve estar sonhando!
Um morcego tira um rasante sobre mim
atrás das frutas do quintal.
Entro. Olho no relógio: 3 horas da manhã.
Um sabiá começa entoar um canto...
magnífico!
Me perco no seu canto inebriada...
fecho os olhos
e adormeço enfim!


 
Simplesmente Romântica
Enviado por Simplesmente Romântica em 26/08/2015
Reeditado em 26/08/2015
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