Eu Preciso Dizer Que Te Amo - III
"Eu Preciso Dizer Que Te Amo - III"
Como pedir algo que está dentro de nós? Que sabemos a porta de entrada e saída, da qual podemos permitir e nos permitir abrir... Sentido inodoro, mudo e capacitado, voz incitadora de resumos, (não ao fim), mas capaz de resumir os meios, e nos sucumbir ao início do fim, pois sem o meio, não começaríamos a impulsionar, estimular os nossos instintos...
As vezes a luta é tão constante e abrupta que não sabemos se vamos dar conta do serviço, a opinião e o silêncio se avulta sobre a guerra, e pensamos seriamente em tombar, cair, desistir...
Mas para quê voltar? Se veio até aqui, ou se fui até ali, ei-de voltar sem resistir? Sem tomar um tiro na cara, na perna, no estômago, em algum lugar que me imobilize, pois fraturado já venho a tempo desprezando todas dores.
Sabes, o que faturei nessa vida? Transporta-se em um caminhão velho e pequeno, todas minha velharias, utensílios que tornaram-se necessário para ir mantendo a vida, cozinhando e arrumando essa vida homocinética, não chega nem perto do tamanho da minha coragem que carrego em um pequeno corpo, e menor ainda meu coração que suporta todas emoções, sacrifícios, o que lembra e o quanto fui esquecido.
O sol que raia para mim, e para muitos, já que o astro brilha pra todos, é mais que satisfatório, manos, minas, leitores, "eu sempre soube perder", mas tu sabe porque?
Porque eu aprendi antes a ganhar, vencer, batalhar até depois da conquista, eu só derrubo os ídolos, os deuses, os mortais pra mim, nem passo por cima, corto caminho, (um salto dois pulos), eu já pulei do muro, mergulhei num mar escuro...
Mundo em coma por causa do dinheiro, pessoas perdidas ganhando com o atropelo, é desandando que muitos se equilibram, falsamente, instintivos na sabedoria canalha, tomados de uma insalubridade contemporânea que parece tomar conta de todos os momentos da história.
Dias esquisitos, dias loucos, em vãos que me põe em trincheiras...
Tenho tentado fazer com que "todo dia venha ser o mais importante", relacionando-me, vivenciando, buscando a sutileza, singelo, terno, e atraindo o que me deixe em paz, cada dia mais natural, sem superficialidades, no palanque das verossimilhanças, sou história, fatos, pecado, mas antes de tudo, natural, sem chaves, com a minha ética não busco a de ninguém, faz-me feliz conhecer quem quer que seja, só assim para saber um pouco de quem realmente, verdadeiramente es, já tirei minha carapuça, acostumei-me com minha feiura, minhas "tosquialidades", (pois até o mais tosco tem suas qualidades), será que somos o que nos apresentamos? Ou nosso interior não só esconde como desenha uma proposta de caráter e ambiguidade para transformar palavras em realidades? Seria pois uma junção de soberba de querer ser justo e profano? Burro e culto? Nefasto e simplesmente apaziguado? Não desejo compreender os seres...
Não sou analista.
Além do título, (eu preciso acabar esse texto), minha cadeia surreal, do qual vou no meu interno, com cuidado, frágil, sobre uma seara de emoções.
Direções contras-favoráveis, as pedras batem-se onde menos espera-se... "Teu olhar nobre refina meus pensamentos", uma luz de contraste sobre esta vida que remotamente feito ampulheta do meu coração, grão por grão, tempo por tempo raiz por raiz...
O homem é tudo que quer, até quando ele não quer. Meu coração à conta gotas, o sangue circula feroz e pulsante, sem conseguir ficar na bola-de-meia, na moral, com a força das batidas, cruzam palavras, tua presença inspira-me, me desforma formando outras formas, deixando-me ressuscitada mente teso e ileso.
Joia de meus sonhos com os olhos de uma diva sedenta.
Humberto Fonseca