Elos que nos prendem
Poesias são elos que nos prendem, contentamento insistente,
Letras ditadas de forma diferente, pinturas elegantes ou não:
Julgadas tantas vezes, esquecem do poeta, o sofrer do coração,
Que chora poemas, para não perder a razão, e calado, e doente...
Vomita verbos, como a estender a mão, mas vem o silêncio,
Desatento, fingindo indiferença, deixa o poeta só, no espelho;
Olhar que não devolve nada, nem brilho, apenas um vazio,
Que não atrevo a sentir, mas mesmo sem querer um conselho...
Abrevia as orações, muda o sujeito, conjuga os verbos, e nada,
Nesse mar poético, sem formas simétricas, mas ai de mim;
Estou aqui e estou ali, presa assim, elos em poesia desvairada,
Ofertam um colar de contas douradas, verdes, azuis, até o fim...