A Inveja da Lua

A lua que tenha inveja do teu brilho, a lua que lamente pelos cantos do universo por não ter um brilho tão ofuscante quanto o teu.

Está uma graciosa noite digo-te já, noite de quarto crescente, sorte a minha, e a tua. Está uma montanha roubando o protagonismo ao mar, e as cores deste céu querendo ser mais paradisíacas que uma noite de estrelas. Está tudo isto quando não estás, quando resolves ir o mar é sabonetado pelas montanhas e as estrelas são sugadas no choro do universo. E num quarto crescente, onde tudo tende a crescer, eu sinto a saudade, a vontade de te ter, a vontade de te sentir minha, a vontade de te amar como nunca me ousei amar-te.

Ama-me, só esta noite, cospe-me um olhar e enlouquece-me num beijo, prometo que não o esquento, mas tu já sabes que de promessas só cumpro uma parte para que depois não confronte a triste realidade de ter falhado em alguma parte que intencionalmente falhei.

Mas ama-me, peço-te, só por agora mas que seja para sempre, promete-me que serás só minha e eu só teu.

Que na divisão mais íngreme do nosso amor, me rejeites, peço-te, que me faças sofrer para que o nosso amor nunca seja condenado, pela triste solidão ou pelo excesso de ti.

DScript
Enviado por DScript em 19/08/2015
Código do texto: T5351917
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