Somos Rapaziada Perdida no Cume de duas Vidas
Hoje, ando por aí, sem ter por onde ir, sem ter onde pousar, sem te ter aqui onde quer que eu esteja.
Sem um livro, apenas com o rádio ligado e a triste música country, tão triste.
Tenho tudo, e no entanto não entendo a falta que me fazes, não percebo como se pode amar assim. Talvez seja a loucura a apoderar-se de mim, tenho a mente a fervilhar sonhos e o sangue cada vez mais frio e eu a ver, a falta de te ter.
Peço-te, só um sorriso. Só um olhar. Anda lá, finge que queres e abraça-me como só tu sabes abraçar. Anda lá, olha-me e beija-me perdidamente, como só tu sabes, perde-te num beijo nosso, anda lá, eu vou, só faltas tu.
Vem, prometo, vamos onde quiseres, escolhes tu. Será como quiseres, escolhes a roupa, o lugar, o tempo, o sorriso, o olhar, o abraço, e o beijo que nos faça viver, escolhes tu, desde que me escolhas a mim, desde que me leves contigo.
Aceitas? não sei o que, mas aceitas? Anda lá, diz que sim, somente para um jogo. Joga lá comigo, eu ensino-te.. prometes que jogas como disser? Começas por gritar o nome de quem amas no topo de uma montanha, sei que não é o meu, mas sabes que mais, que seja o outro, que grites o nome dele enquanto o quiseres, que o gastes numa vaidade absoluta, e que depois venhas gritar o meu e que nunca acabe o nosso grito, quando perderes a voz eu grito por ti, e depois rebolamos montanha abaixo como putos, que é o que somos, putos sonhadores, rapaziada perdida no cume de duas vidas.