Nas metades de Tudo
Linhas,
Faixas restritas,
Paredes, muros, ruas sem saída...
Sabe, a gente vai se impedindo de viver,
Vai deixando vontades pelos caminhos,
Vai guardando outras,
Vai se desfazendo aos poucos de tantas coisas
que não se permite viver...
O invisível torna-se visível,
O possível torna-se impossível,
O infinito torna-se tão findo,
As limitações nos escravizam,
Os pensamentos se intimidam,
Os olhos se contendo, segurando a visão
A vida que tanto desejamos que nos abrace
parece ter braços curtos,
O chão segurando nossos passos,
Nos vemos obrigados a esquecer o céu,
a viver as coisas pela metade, sem sentir o doce
da outra parte...
Nos conformamos!
Morrer... Enterrar o que pudemos ser,
na mesma cova do que nunca fomos!