DESCALÇA
Não me chame de Cinderela, não quero seus sapatos de cristal. Me deixe seguir descalça até a vida cobrir meus pés de cicatrizes e quem sabe um dia tenha chinelos meus. Que eu sangre no caminho a cada passo, e essas pegadas sejam as migalhas se me perder e precisar voltar. A estrada me chama, a vida me espera para nos perdermos juntas sem pressa de encontros e mapas.
Prosa inspirada no Cântico Negro de José Régio
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