Sonho e Pesadelo

O que fazer quando o sonho

De um improvável reencontro

Se torna real, mas o pavor

Do pesadelo que tudo se repita

Traz um gelo aterrorizante

Que paralisa toda ação natural

E ao se dar conta do momento

Tudo que se consegue é fugir

Novamente machucado pelo medo

Das lembranças de aflição

Na sombra de memórias apagadas

Que ressurgem desordenadas

Atropelando toda calma aparente

De uma superação ausente

Que ainda não aconteceu

Então a fuga é inevitável

Assim como essa saudade

Segue o tempo e vai passando

Áspero e cruel, sem compaixão

Tudo é tão fácil, basta esquecer

Mas o botão do esquecimento

Parece ter se quebrado de vez

Pelos instantes vividos intensos

Nos quais era mais fácil flutuar

E os pés não tocavam o chão

E assim a queda sempre é iminente

Parado no tempo, talvez ache forças

Para arriscar sonhar novamente

A Carlos Borges
Enviado por A Carlos Borges em 16/08/2015
Código do texto: T5348487
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