Sonho e Pesadelo
O que fazer quando o sonho
De um improvável reencontro
Se torna real, mas o pavor
Do pesadelo que tudo se repita
Traz um gelo aterrorizante
Que paralisa toda ação natural
E ao se dar conta do momento
Tudo que se consegue é fugir
Novamente machucado pelo medo
Das lembranças de aflição
Na sombra de memórias apagadas
Que ressurgem desordenadas
Atropelando toda calma aparente
De uma superação ausente
Que ainda não aconteceu
Então a fuga é inevitável
Assim como essa saudade
Segue o tempo e vai passando
Áspero e cruel, sem compaixão
Tudo é tão fácil, basta esquecer
Mas o botão do esquecimento
Parece ter se quebrado de vez
Pelos instantes vividos intensos
Nos quais era mais fácil flutuar
E os pés não tocavam o chão
E assim a queda sempre é iminente
Parado no tempo, talvez ache forças
Para arriscar sonhar novamente