Resmungos de um vagabundo
Ao fundo toca o samba parceiro perfeito para a boêmia,
jovens dançam passos divertidos comemorando sei lá o que... Também não me importo... Se vierem me perguntar o motivo para tanta festa, direi que cantam pela juventude que carregam.
Duvido muito que alguém venha me fazer uma pergunta dessa, ainda mais com esse meu jeito de "cachorro que caiu da mudança".
Caí sim!
E daí?
Caí dentro desse copo de conhaque que me consome mais do que a culpa pendente no peito. Tomo mais um gole do líquido abençoado e baforo a fumaça do meu inimigo, um inimigo que está me saindo um belo de um companheiro nessa noite estranha e com jovens felizes passeando no salão.
Deixo algumas poucas notas amassadas na mesa e me atrevo a ver dona rua, aquela que abriga todos que perdem o rumo de suas casas ou são eleitos da ilusão.
No meu caso é a segunda opção... opção essa que não me deixa escolha alguma, deixando um gosto amargo de solidão!
Passo a passo, trocando letras com pernas, passeio entre as areias de Ipanema e um instante me sinto parte dessa natureza praiana. Talvez esse sentimento natural se aflorando, seja fruto de uma nova ilusão, criada para camuflar essa que tento tirar dos meus pensamentos mais loucos.
Deixa, deixa pra lá...
Quero cultivar o sentimento de natureza e assim aliviar essa tristeza que só um coração quebrado pode reclamar.