Madrugadas...
Gosto quando me despes assim;
com os olhos sinuosos, embevecidos de desejos.
Nas madrugadas quentes, silenciosas,
quando as vozes de todos os abismos emudecem.
Adormeço sob o teu corpo, temendo o amanhã
e toda vez que a aurora anuncia a tua partida,
observo o relógio do tempo, frio e fugaz a rir dos meus devaneios.
Horas que passam...
A brevidade dos segundos que nos remete ao despertar de um sonho.
Vejo a poeira do efêmero cobrir todas as coisas
que deveriam ser eternas...
que deveriam ser eternas...
E ainda assim, teimosamente, amo-te em segredo.
Hei de eternizar teus olhos indecifráveis,
teus olhos enigmáticos ficarão pra sempre em mim..