Sobre a dor de(o) ser

Tentar provar para si que tudo pode ser esquecido é um erro fatal.

Olvidarmos o passado só nos leva a repeti-lo incansavelmente.

Feri-me de tal forma que minhas marcas ficaram na alma, mesmo depois de apagadas as lembranças.

Em meu livro, sobrescrevi os fatos, mas como marcas d’agua todo o vivido permaneceu a mostrar-se apenas aos olhos sensíveis à luz do espirito, ou até mesmo aos olhos de quem o lê com um pouco mais de atenção.

Assim como o tempo me marca a face, os cabelos e a vértebra, a dor pungente marcou-me os atos, o afeto, o sorriso... E gosto, tanto da amenidade dos lábios ao se abrirem, quanto da postura adquirida.

Você só é você, quando se vê aos extremos do sentimentalismo, e para isso é necessário cada fragmento de impulso pensado ou vivido no lacrimejar dos olhos, ou em cicatrizes na pele.

Rejane Alves
Enviado por Rejane Alves em 08/08/2015
Código do texto: T5339320
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.