DISFARCE
Quem sou eu
No momento que falo contigo
quando minto ou engano no que digo?
Ser sincero no medo de perder
tudo aquilo que ganhei
No disfarce das palavras e dos gestos,
Será mera burrice.
Se posso ser sincero nos meus pensamentos
Ou no silêncio do meu quarto.
Quem irá descobrir quem sou eu de verdade
Se escondo por trás da minha face
Todos sentimentos ruins que sinto e penso de você.
E alguém poderá dizer: como é falsa!
Ou será falsa esta crítica que me fazem
Pois todos, compartilham desse sabor.
Ah, o amor!!!
Subsistirá nas falas da verdade? Nos sentimentos
horrendos que levamos conosco no veneno do coração?
Nem sempre te vejo bonito,
nem sempre concordo com você
As vezes te beijo na rua,
quando eu nem queria te ver.
Te chamo de ridículo na mente,
quando brincas pra me fazer sorrir
E desejo bater na tua cara,
enquanto suplico pela tua calma.
Sinto nojo quando me agarras apertado
dizendo que me adoras
E sorrio aguado dizendo: Eu também.
Ah, eu diria amém!
Se fosse-nos permitido ser quem realmente somos
Sem sofrermos retaliações.
Se todos pudéssemos mostrar ao mundo
As verdades dos nossos corações.
Não gosto de negro, não gosto de gay, não quero casar,
Que se dane meu bem!
Não gosto de pobre, não gosto de mal educado
não gosto de mentir
Não gosto de fingir,
não gosto de você também!
Mas como viver,
nesse mundo do politicamente correto?
Se viver sozinho não conseguiria,
tenho que agir pelo certo.
Uma amiga me disse: fale a verdade com jeitinho
Deveria dizer que não suporto tua presença
Que tenho nojo do teu beijo
Que não suporto a tua voz
Que fazer amor contigo
É um verdadeiro castigo.
Sinto vergonha de você.
Você não seria escolhido.
Que de você apenas preciso.
Só te chamei porque tem carro.
Sou teu amigo pra passear de barco.
Que você é um come e dorme.
Que te acho um pobre coitado.
Tudo isso com jeitinho.
Então perderia tudo aquilo que ganhei
No disfarce das palavras e dos gestos?
Não, e foi de brincadeira.
Esqueça tudo o que eu disse
Seria tudo isso uma mera burrice!
(Valquíria Duarte)