OLHAR DE NASCENÇA

Essas imagens de “sapecas terríveis” sempre serão dos domínios da infância, que é de onde as trazemos aureoladas nas artérias do coração. Quer queiramos quer não, os tinhosos sempre serão personagens redivivas dos territórios da infância. Variegadas vezes esquecemo-nos que eles cresceram e surpreendentemente os deixamos lá, quando em verdade, naqueles fugidios meandros eles não mais estão... É muito difícil conviver com o presente e o futuro da adolescência. Nunca conseguimos avaliá-los bem, ao seu tempo. Aqueloutros, os maduros, sempre querendo voltar aos rodeios da infância – quando ainda não éramos – o presente que não cabia em si e sim o arriscar do itinerário. Perguntas e incógnitas que se assenhoram até hoje de nós. Como se deste pátio traseiro não fossem nem se delimitassem...

– Do livro OFICINA DO VERSO, 2015.

http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/5331822