MALDITO CELULAR
MALDITO CELULAR
Fernando Alberto Salinas Couto
Andando por esta imensidão,
num deserto que, de repente,
vejo coberto de lindas flores.
Raios de luz rasgam escuridão,
por onde o silêncio presente
me impõe misteriosos temores.
Ao longe, eu vejo um menino
que me volta um olhar triste.
eis que, ao lado um beduíno
reluzindo muita paz e amor,
dirige sua palavra para mim,
explicando que ele me assiste
e sempre seria o meu protetor.
Talvez eu tivesse desencarnado,
pois tudo me parecia estranho,
já que me sentia bem acordado,
mas aflito no meio de um sonho.
Perguntei que proteção era essa,
talvez deixando que eu pereça.
Com sutileza, ele me explicou:
Eu sempre estive ao seu lado
e, ainda de ti não me desgarro...
Aquele menino você matou,
não ouvindo aos meus recados,
fazendo loucuras com seu carro.
Em estradas de terra ou asfalto,
sempre estive atento ao seu lado,
fazendo o possível para te salvar
evitando vários acidentes fatais.
Dirigias ouvindo aquele som alto
e, muitas vezes, até embriagado,
mas, dirigiste falando ao celular
e confesso, para mim, foi demais.
RJ – 01/08/15