Divina Poesia
Inspirado em Morte-Vida
da Divina Poetiza: Arana do Cerrado
Divina Poesia
Vida-Morta-Despedida à cada instante, instalado nas paredes úmidas ou em luminárias, se apagando aos poucos, onde ainda clareia pequenina Luz e tudo incendeia em claridade. É preciso continuar vivendo, mesmo à beira de todos os abismos.
Varrer o chão dos espinhos, retirar roupas no varal, beber o fel-mel, dos quintais da vida, viver dos coloridos teares e tecer Versos, à cada instante que respiramos.
O caminhos é longo e o fardo pesado. Carregamos vários cascos de tartaruga nas costas.
As dores, aos poucos se vão e as flores que ficaram, exalam perfume, despertando e exalando saudade.
Quando vamos deixando o véu da mortalha nos caminhos, voamos livres feito plumas de Gaivotas ao abraço do Pai. Um mergulho na Luz dos céus da clara escuridão. Outro mais fundo nos oceanos, quando só submergimos para respirar.
Na solidão, um clarão explode em Versos!... Como resistir ao ler e reler a mesma Poesia, chegando ao fim do trevo e voltar ao começo do caminho? Como se o início dos Versos, fosse o encontro, o contrário, o avesso, o início e o fim de tudo?
A solidão dos caminhos, ameça um pranto contido e as palavras soluçam debruçando sobre a fria face. Ainda choro, baixinho!...
O Contraste entre frio e calor me aquece de tudo. Sinto tudo: O cheiro do mar no cheiro da maresia que sustenta meu pescoço...
Os dias de alvoroço, hoje se fazem ausência e que saudades sinto, dos labirintos que entrei e pelos becos por onde saí, despido de contraste e pudores. Iluminado pelos teus Versos.
Deixei as dores pelos caminhos, fazendo longos partos de cócoras, sugando o sumo vaginal da Divina Poesia, como se fora placenta e cortando o cordão umbilical para que voem os Versos. Que criam asas e me entontecem.
Faço sexo com o Luar e brilhantes estrelas fecundadas, espiam pelas minhas pernas. São meninas bailarinas, pulando corda, brincado de esconde-esconde e comendo pipoca.
Encontrei-te: Dá-me o beijo prometido? Lembra? Na Santa Ceia?...
As dores aos poucos se vão e as flores que ficaram, exalam perfume, despertado e exalando saudade.
Tony Bahi@