Cotidiano
 
 
Nós duas somos bem diferentes, pois eu gosto do cotidiano. Aliás, este cotidiano que criei para ser a minha vida, foi o que, no meu íntimo, sempre sonhei.
Eu não gosto de nada que o modifique, porque me incomoda.
Eu gosto de ir dormir cedo e de acordar cedo. Gosto de cuidar do meu cachorro e do meu jardim, logo cedo. Gosto das coisas arrumadas e organizadas, e me parece que a maioria das pessoas têm o hábito da desordem. Nada contra! Desde que não tragam para a minha casa a desordem, ao virem me visitar e se hospedarem.
Eu não me importo se as visitas desarrumarem a minha casa, porque gosto que elas se sintam à vontade. Ao se despedirem, eu  coloco tudo, com prazer, novamente no lugar.
No entanto, os meus pensamentos são alegres ao saber que não vivo com quem vá desarrumar o meu lugar encantado, pois o meu cachorro não faz desordens e é  tranquilo.
Não sinto vontade de dividir minha rotina. Sinto-me bem e em paz, morando sozinha.
As únicas pessoas que não me incomodam quando fazem desarrumações, em minha casa, quando me visitam e se hospedam nela, são os meus filhos.  Perto deles, de tão bem e de tão feliz que me sinto, nem percebo qualquer desordem Eu gosto que eles usem a minha casa como se fosse a casa deles.

Eu vivo pela minha rotina e não gosto de modificá-la. Enquanto ela dizia, que o que a matava era o cotidiano, pois queria só exceções, e sentia-se perdida por não ter hábitos.
Eu sempre sonhei em ter hábitos e hoje posso tê-los como os desejo. O que me faz viver é o meu cotidiano, porque é dele que eu gosto e é por ele que eu vivo.

 
Mari Silva
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 29/07/2015
Reeditado em 29/07/2015
Código do texto: T5327918
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