Sinais

Hoje ele seguiu a razão e pagou as contas.

Mas ele não queria fazer isso.

Ele pensou em experimentar drogas

e não se sentir mais vazio.

Ele não é artista e não sabe se expressar.

Então ele queria seu ídolo de volta

para como ninguém, as suas dores novamente cantar.

Hoje ele queria um pouco de amor de alguém...

...Mais vulnerável do que um Deus.

Ou alguém que não se sentia como um.

Mas carinho custa caro...

Um carro, moto, roupa linda,

rosto bonito, boa impressão.

Não dá nem pra parcelar.

Ele pensou em ouvir o sax que lhe pedia esmola

com um cartaz falando sobre sonhos.

E noutra rua tinha a mulher que chorava.

"Em plena quarta e no meio da rua...?" Ele se perguntava.

Mas daí se lembrou que pra chorar

não tem lugar certo e hora errada.

Ele sabe disso. Quem não?

Em suas próprias dores

não teve fibra para engoli-las,

e escutar as alheias de quem o pedia.

O sax tentava acreditar em si mesmo.

Mas a mulher consigo se iludia .

Ao chegar em casa se arrependeu de não tê-los escutado.

Lhe mostrar que acreditar em si mesmo seria besteira

a mulher poderia.

O sax mostraria que tudo

não passaria de um mal dia.

Sinais... E mais uma vez

ignorando-os se fez refém de seus dilemas

devido sua impaciência.

Mas tem esperanças que seu sensível dom de enxergar

o mundo, desperdício não seja.

El Moura
Enviado por El Moura em 26/07/2015
Código do texto: T5324426
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