Olhar

Teus olhos perscrutam as profundezas das minhas ilusões

observam as imperfeições da sua complexa tessitura

iluminam os escombros de antigas e empoeiradas frustrações

dialogam com o silencio que repousa angustiado no fundo do meu ser.

Teu olhar adorna o caminho denso e contraditório de uma vida

desafia a incômoda frieza da finitude,

réquiem visual dos limites de uma jornada

doce bálsamo que aplaca o cansaço da caminhada.

Teu olhar, meu olhar

retinas que se afetam quando se entrecruzam

que se consolam e digladiam na busca do querer.

Meu olhar, teu olhar

quatro contas de intensa, porém doce luz

vítreo brilhar da escrita de uma língua inexistente

indizível expressão da cegueira de um amor.

Nosso olhar,

construção cuja solidez só o tempo poderá confirmar.

G_Bienenstein
Enviado por G_Bienenstein em 26/07/2015
Reeditado em 13/03/2016
Código do texto: T5324261
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