Das ruínas de minha cidade fantasma 5

meu exílio de ser emilia hilíada antífona dymphne ou saci perere no desterro de tempo amarelo é deserto de ser um excerto de tripa esculpida na terra . olhos de nuvem e corpo de árvore e sal. uma rosa gira o sol. no olho do umbigo gira ampulheta em explosões de conchas búzios e barro meu corpo de fogo e terra.

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é dura a carne fria. me arranham unhas de pregos enferrujados, uns vermelhos apagados enlameados de desvarios uns tons infeccionados me criam sulcos e hiatos como lâminas de separação silábica e esse parvo peso cavernoso de ar congelado no peito. eu fico sem jeito de dizer, é porque não sei como dizer essas coisas de dentro, desse isso de dentro que é a gente e que deve ser um misto de um mundão de gentes em mim. um palimpsestos de vozes e rostos sem nome, um aquário de sombras, navios queimados, tesouros enfurnados no tempo. como dizer e desembolar essas palavras cruzadas. palavras entrecruzadas como cruzes fincadas atravessando as entranhas e meu peito incendiado.

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 26/07/2015
Reeditado em 31/07/2015
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