Imperecível

Ainda sinto tuas mãos ousadas e inquietas em todos os cantos, reentrâncias e curvas do meu corpo.

Ainda te vejo caminhando displicente nas reticências e entrelinhas dos meus versos.

Ainda ouço nossas risadas ecoando como uma canção de amor, por todos os cômodos de minha alma.

Ainda contemplo eu e você nas páginas das minhas lembranças mais sublimes, caminhando de mãos dadas pelas madrugadas de sábado, impregnadas com cheiro orvalhado de jasmim.

Ainda escuto você dizendo com doçura que me ama de um jeito que nunca amou.

Ainda te tenho no abraço que ficou tatuado na pele nua do coração.

Ainda sinto teu gosto nessa boca que pra sempre há de pertencer-te.

Ainda é seu esse amor transcende que atravessa os portais do tempo pra te trazer pra junto de mim.

(Edna Frigato)