Junto com você parei para pensar sobre o Nada.
Nada.
Quem é este que ainda não sabe que papel assume,
para cada ser que o utiliza como algo, e ao mesmo tempo o despreza como se fosse alguma coisa, chamando-o de Nada e lhe atribuindo uma inexistência que não se aplica a sua elevada categoria de nada, algo ser?
-Não quero nada com ele. Diz ela.
O que  a criatura ao negar aquilo que afirmou sem saber ao certo, usando o Nada para um papel que jamais o Nada escolheria ter?
Sendo Nada nas bocas, o Nada se sente premiado em ser algo importante e secreto que todos usam sem saber seu segredo.
Nada sei diz aquela criatura, ao expressar sua insignificância diante do saber. O Nada se surpreende com a ignorância da criatura que nega tudo aquilo que afirma. Então sabe a criatura mais do que pensava saber.
De nada, por nada, não quero nada, não foi nada, não sinto nada, não sou nada. 
O nada preenche tudo o que o ser não sabe como compreender.
Enquanto não se descobre algo sobre o Nada, o Nada se dispõe a fazer tal papel, e dando a impressão de ser o que não e, nunca foi e jamais será. 
O que foi que você disse, Nada?
Eu disse: muito obrigada!
Não há de quê. 



 
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 21/07/2015
Reeditado em 26/07/2015
Código do texto: T5319065
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