CHAMOU-ME DE MEU AMOR
Chamou-me de meu amor!
Quanto almejei ouvir isso?
Contudo,
de tão secular a alma,
não acreditei naquele lamento.
Pediu-me para vivermos 
um dia após o outro.
Mal sabe ele, que já os morri,
esperando por ele. Afinal de contas, 
que homem de hoje era aquele?
Vasculhando escombros,
procurando mapas, fazendo planos,
esparramando sementes 
de esperanças pegas às pressas,
do fundo da Caixa de Pandora.
Eu descrente, 
acostumada a ler o amor,
aguardo na retaguarda,
para ver o clímax do livro.

 
Railda
Enviado por Railda em 18/07/2015
Reeditado em 17/01/2016
Código do texto: T5315594
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