O SER DO TEMPO

O Ser do Tempo

VOCÊ:

- Que se pretende eterno transgredindo leis divinas e regras mundanas...

- Que estabelece limites na linha infinita, contrapondo rebelde o seu próprio existir...

- Que anuncia a vida antecipando o futuro na projeção do passado...

- Que provoca incêndios em almas mortas, cremando o medo e recriando das cinzas...

- Que ousa conhecer o universo, transitando nas fronteiras da sua consciência...

- Que brinca com as palavras no registro genial da sua prosa poética...

- Que atrevidamente, acende uma faísca em nossas mentes, tão carentes de força e iluminação...

- Que transforma em real cenas oníricas dos seus delírios alucinados...

- Que se entrega a paixões que nunca tiveram fim...

- Que massacra o medíocre buscando, incessante, a forma perfeita...

- Que conquista irônico, pela força do amor, nossos corações amedrontados...

- Que humilha, na passividade da sua intenção, os covardes desconhecidos...

- Que cria, ama, destrói, recria, constrói e eterniza...

= Escuta o lamento dos desvalidos sabedores da sua condição...

= Perdoa o submisso consciente da sua estupidez...

= Afaga com desdém o falso que lhe sorri...

= Recebe em seu ethos os perdidos da sociedade...

= Ama profundamente os amigos da sua circunstância...

AFINAL:

- O ser do tempo é atemporal, porém finito e em sua contemporaneidade marca, definitivamente, seu espaço em nossas vidas. Portanto, é o tempo do ser do tempo e não apenas a sua passagem pela linha que o mesmo demarcou como seu nascimento, que estamos celebrando aqui... agora.

Marco Antônio Abreu Florentino

OBS: Texto poético filosófico escrito em 18/02/2004, às 19:32 h, em homenagem a Luiz Cézar Nogueira de Carvalho, amigo aniversariante (20/02) que tinha marcado a comemoração para as 20:00 h com os colegas de trabalho, após o expediente, no inesquecível e marcante bar ¨Por Acaso¨ do amigo da Padaria Espiritual, o português Jorge. Eu e Francisco Brilhante éramos o Sancho e o Pança desse Dom Quixote da contemporaneidade. O texto continua atual.