Maat virá
No curso desses escritos que, agora apresento aqui, decidi que, em algum momento, abordaria os “problemas do futuro” como eu costumava me referir mentalmente a essa parte que pretendia escrever. Mas como? Já não temos problemas suficientes vindos do passado e outros, em tão grande quantidade, gerados no nosso presente? O fato é que o presente recebe herança do passado e engendra o futuro. Mas para quem já se acostumou ao eterno retorno, como descrito longamente pelos filósofos, sabe que, de antemão, passado, presente e futuro se misturam e se ligam mais do que pensamos e, talvez, mais do que gostaríamos.
Dito isso, gostaria de apresentar Maat, o novo invento elaborado pela tecnorganicidade do século 22. Maat virá para substituir totalmente todas as velhas máquinas de computação que chamávamos de computador e micro-computador desde meados e final do século 20. Qual a amplitude dessa invenção e como ela mudará de forma preponderante o rosto humano e o traço do nosso legado no planeta Terra e no cosmoverso conhecido é tema de minhas próximas inserções textuais. Por ora, quero dizer apenas que, hoje em dia, o biochip implantado na mão direita e os piercings e as tatuagens são os preâmbulos do que está por vir em matéria de inovação – tanto tecnológica em cyborgues – quanto em moda e comportamento social – individualidade e formas de agrupamento - que permeia nosso imaginário hoje, de forma não menos, por assim dizer, significativamente.
Embora eu não esteja desejoso de realizar uma peça de futurismo com esse texto – ou outros - pretendo sim, estabelecer conexões com essa minha “futorologia de gambiarra” aos embates sociológicos do nosso tempo e criar condições para o estabelecimento de pequenas reflexões imaginárias.
Como diria Einstein, com outras palavras, a imaginação é mais importante do que o conhecimento. “O futuro a Deus pertence” lembrarão outros, rapidamente. A esses digo apenas que não quero interferir nos acontecimentos que pressagio, talvez arrogantemente, de modo nenhum. Pretendo tão somente fazer prosa poética.
Por fim, Maat virá e será mais do que esperamos em novidade e menos do que ansiamos em ideais.