O desiquilibrado caminha sem rumo
Perambulando pelas ruas desertas
Como sempre, está disperso
Fisionomia sofrida e roupa fedida
Protege-se como pode
Vai levando sua vida
Cai em prantos  debruçado na calçada
Inalando o odor da vala fétida
Querendo dizer algo, mas não consegue ser entendido
O tempo passa rápido como um raio
Ele quer refúgio de qualquer jeito
Triste solidão desvairada
De um ser que precisa de guarida
Melhoria de vida que se distancia
Pobre cidadão do mundo
Procuram-se teorias para justificativas
Práticas constantes e significativas
Nada obstante às conveniências
O cidadão não demostra estar arrependido
Continua suas andanças no submundo da amargura
Plástica em um rosto entristecido
Novela sem final feliz
Epílogo de um capítulo complicado
Epígrafe de uma história real
Atenuantes que individualizam suas atitudes
Triste sina
Desesperança mostrada sem preconceito
Nada está perfeito
Algo precisa ser consertado
Continua sua rotina
Trauma não superado
Desencanto de um sonhador
Perspectivas não alcançadas
Triste ilusão
As ruas como moradia
Noites de insônias
Espera por uma palavra amiga
Ao nascer do sol que o irradia
Seja lá o que Deus quiser
O homem  precisa de alguém
Que lhe dê melhor atenção
Dignidade, valor e fraternidade
Para que ele possa ser reconhecido
Como verdadeiro cidadão.  
 
Em tempo – Texto inserido na programação de lançamento do Livro Inspirações Versatilizadas em 06/07/15, interpretado pelo poeta capanemense José Raimundo Batista Vieira (foto), em performance que contagiou o publico presente. 
Paulo Vasconcellos
Enviado por Paulo Vasconcellos em 10/07/2015
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