SEM ESPAÇO NA ALMA
YSOLDA CABRAL
Quando a tristeza é profunda,
o sorriso desaparece, emudece...
A vontade de desistir insiste,
persiste, resiste...
Sem pedir licença,
fecunda,inunda, transborda,
assola e se lança sem espaço na alma...
Confiança, se não existe,
desista!
E querer saber o que mais dói
é besteira, é tolice...
Sempre escrevi, escrevo
e ainda vou escrever,
mesmo sem canto e sem poesia,
as coisas que sinto,
em momentos distintos,
quando me deixo sem sintonia...
Não coloco rima, pois rimar não sei.
E, mesmo com amor,
só sei rimar amor com dor.
Não sei amar assim...
Destruiria a lira e a rima.
E minha alma de tão tonta,
ficaria partida, caída, sentida...
Não sei calar quando grito,
Não sei gritar quando falo.
Sou toda o contrário...
Às vezes não sei o que sinto,
o que penso ou o que digo...
Quando sinto dor, dói pra danar!
E demora a passar.
Quando passa, a marca fica, vinga,
ficando como tatuagem na alma,
de forma definitiva...
Alegria, tristeza...
Há certeza de que louca sou em acreditar
que ainda sou, quando sei que nada fui,
nada sou e nada serei!
Crianças, flores, amores...
Canção, ação, sei não!
Cantar, soar, mais não...
Seria em vão e se é assim,
quero não!
Dores... Horrores...
Louvoures... Queimores...
Solidão, então?...
Mais não!
Chorar, sarar, parar...
Tem coisa que não tem jeito não.
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Praia de Candeias-PE
Em reedição oportuna e aprimorada
07/07/2015