Canoeiro do Muriaé
Canoeiro do Muriaé
Canoeiro do Muriaé, sombrio e tristonho,
Que desce suas águas, antes volumosa,
Contornando o seu leito pedregoso.
O que fizeram de você MURIAÉ?
Canoeiro, tão estreito tornou-se seu rio
Velho e cansado!
Canoeiro do Muriaé, homem de tez bronzeada
Pelo sol impiedoso.
De onde vem o alimento de seus filhos com muita fé.
Pela manhã na névoa fria lá vai o filho de Deus
Que não conheceu outro modo de sobreviver,
Canoeiro, canoeiro, onde chegarão vocês?
Já são vistas pelos “homens de bem”
Suas margens, antes resolutas e imperiosas,
Hoje são escombros deixados por quem não aprendeu a te respeitar.
Ah, MURIAÉ, já não sentes mais a vida em ti borbulhar!
Já não vês o reflexo das estrelas e do luar!
Sua voz rouca canta e ninguém te escuta,
Resta-te deixar tuas lágrimas descerem, como um filete para o mar.
Canoeiro e Muriaé suas lutas são prementes e urgentes:
Querem apenas sobreviverem!