Redenção
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Naquela tarde de outono amarelado, entreolharam-se cúmplices e espalmaram as mãos olhando o grande oceano - os barcos escorregavam úmidos de desejos assim como eles - E apesar de não saberem nada um do outro, não resistiram a atração - atracação de barcos navegantes ao cais -
O beijo veio, assim como o pio das gaivotas doridas de ondas quebradas à beira das pedras, a noite escalou deliciosamente à beira de seus corpos, desceu o seu manto negro e orvalhou-os como se não bastasse o próprio gozo das ondulações.
Não houve despedida. Não houve trégua.
Apenas a redenção.
Os barcos retornaram às suas águas.
Zeca Baleiro - Proibida pra mim