Para uma alma sensível
Brilhe a íris, saiba que o tempo confessa aos ouvidos.
Não escute, ouça: o corpo tem segredos ágrafos de revelações táteis.
Deixa o vento estremecer a carne, revele-se à mão que lhe toca.
Sinta-se pela primeira vez na certeza.
Se teme, vive a dúvida.
Conflito encerra prazer, então, ria.
Aprenda algo com as árvores: lance as raízes às podas.
Re-visite a vida e encontre a navalha.
Fale para.
Ande devagar.
“Corte o pulso” e mostre a verdade.
Mostre-se à verdade. Veja-se nu.
Responda com um sorriso à sobrancelha arqueada.
Não tenha medo, dispa-se à retina que lhe observa do escuro.
Retire a “vida” das aspas.
Viaje num diálogo...
Experimente a imoralidade, como aperitivo.
Tatue a nuca: palavras lascivas.
Escreva uma carta cega, mas não chegue ao fim
Não chegue ao fim... ... tão rapidamente: a vida é breve, então aproveite o dia
Veja seus olhos no espelho.
Ouça sua respiração num orgasmo.
Em si, diga sim, enfim, ao silêncio.