Uma pence no cós da calça
O tempo vai passando...
Vamos deixando para trás
Aquelas palavras que fizeram parte de nossa vida
Não é excesso de preciosismo de minha parte
Talvez um saudosismo de eras distantes
Quem não lembra das costureiras
E das suas vidas costumeiras..
Palavreados rotineiros
Todas tinham uma máquina "Singer"
Lembram?
Galoneira, viés e debrum
Overlock, um toque na malha
Costura reta, rumo como a seta
Uma pence no cós da calça
A linha no buraco da agulha
Pregar um ilhós na jaqueta
Menina que não conhecia esta prática
Era deixada a margem, não era pragmática
Costurar fazia parte dos predicados de uma boa moça
E não era qualquer moça, eram moças com dotes
Saindo da escola normal com práticas na pedagogia
E não podia faltar o "coser" com maestria
Eram moças cobiçadas na fidalguia
Como mulheres não trabalhavam e nem podiam
Se especializavam em cortes e cosiam
Pois bem, tinha também os apetrechos destas maestrinas
Tesoura, dedal, régua, mesa de corte, alfinete, fita métrica, carretilha, lápis, e tantos outros que a minha lembrança ficou esquecida
Também, sou homem!
Lembrar de tudo, seria uma utopia
Mas cresci ouvindo minha mãe e minha tias
Costurando altas horas da noite
Onde o galo cantava e a gente não comia
Porque filho de costureira, era assim...
Tinha que se virar, fazer um pão na misteira
Porque a costura era mais importante
Além de servir para vestir
Servia também para modelar
Se não fosse costureira, era modelista
Modelava os corpos mais bonitos
Para a noite nos grandes salões bailar
Os últimos toques era o arremate
Todos estes panos eram oriundos dos mascates
Que vendiam as belíssimas fazendas de pano
Hum, me veio a mente agora o nosso amigo alfaiate
Que me desculpem, vão ficar para depois..
Os homenageio em outra ocasião
Porque aqui vai ficar em destaque
Minhas saudosas Amigas
Que hoje fazem parte de um almanaque.
Lembranças saudosas de todas as costureiras, modista, modelista que já atuaram e fizeram parte desta vida.
O meu abraço!!!