DOMINGO

Todas as perdas contidas

num coração paraplégico

introvertido e irremediavelmente

maculado.

Todos os desgastes

lançados à culpa dos demônios

nascidos do pecado de nossos pais.

Toda minha sorte

numa chuva no começo da manhã

e num café quente na garrafa.

Ele encontra-se neste terrível estado

de um ego muito inflamado

um niilismo fajuto

derretido num espaço onde jazem,incompetentes,

as últimas poesias que escrevera

em nome dos sonhos errados.

É domingo,dia de pensar na vida

um urubu se alimenta

de uma carne podre no lixo

o sol brilha intensamente

uma solidão sem nome corrói seu peito

através das cortinas que sacodem

e da noite que chega.

FDG ribeiro
Enviado por FDG ribeiro em 11/06/2015
Código do texto: T5273576
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