Nada de mais
É devastador o fardo de saber que Papai Noel não existe. Que maravilha seria viver num plano onde se desejasse uma boneca falante e acordasse com ela embrulhada no pé da cama. Plantar palavras num papel com um punhadinho qualquer de crença, e colher fartura na mesa o ano todo. Sussurrar baixinho ao acaso que se deseja amor e, então, ter café com cafuné na cama pouco antes dos renascimentos do sol.
Sol é fênix. E eu só queria ser uma ramificação de Benjamim Button; destroçar as mazelas e dores mundanas e ser velado na doçura que é deixar a meia na janela à espera do bom velhinho. A vida não é um conto de fadas, tampouco Natal com a presença de criaturas ingênuas correndo pela casa.