Nova Atlântida

Nova Atlântida

Um misto de incertezas e irregularidades cerceava a vastidão da compreensão. Nebulosas esperanças esvaíam-se entre ventos e geadas. O inverno prometia ser tenebroso, devastando mundos sonhados, quebrando pontes e destruindo estradas. Uma nova aldeia precisava ser levantada, reconstruir e alicerçar histórias que outrora fora desfeitas pelas desilusões que a áurea maior nos conduz. Emergia a vontade de recompor-se em meio ao caos que se instalara naquele mundo frio, distante e solitário.

O tempo gritava por refazer-se, limpar escombros, juntar cacos, embrulhar pedaços, unir fios e tecer a colcha da esperança. Agasalhar-se com o manto do desconhecido, aquecendo o desejo de um mundo novo, de um novo fazer com agrados dos sentires.

Adeus!

Mundo perdido, submerja às profundezas de Posidon, naufrague, desça ao irrisório desmerecer do desentir, encalhe afogando os desamores e as impaixões. Desapareça, apague-se...

Ressurja, renove-se...

Talhem, nas tábuas fincadas na entrada da nova Atlântida, os dizeres do renovar da alma, da exuberância dos novos amores e dos desejos e quereres idealizados.

Abram-se os portões do permitir. Quebrem as barreiras alicerçadas pelas amarras. Que se abram as passagens secretas para o reconhecimento do verdadeiro amor, revelando o esconderijo precioso do ser. Proclamem o fervor do amar para habitar nossos corações.

Flávia arruda 06/06/15.