Arte...
Arte...
Para escrever uma tragédia não preciso escrever no caderno do tempo, mas usar roupas sujas e velhas do acontecido. Elas surradas, rasgadas e fedidas irão relatar o que é a dor e o abandono de algo jogado as traças. Como um lenço sujo que não compensou ser lavado num quanto de obra jogado. Talvez muitas poesias no papel começadas e num cesto de lixo abandonadas ou muitas que foram escritas, mas nunca divulgadas.
Como um ladrão que tem prazer nos produtos roubados, à arma que dispara a faca que corta e a língua que só fala mal da vida alheia...
A vidraça quebrada, a porta que emperra ou o sapato que faz calos...
O pássaro esquecido na gaiola, um amor distante...
Para escrever um drama só preciso de uma lágrima...
Carlos Donizeti (DA)