Doce Infância
Amores da infância eu queria tanto gritar por Ti.
Mas estás tão longe envolta em brumas do anoitecer
Em neblinas das madrugadas, sussurros das vozes amigas trazidas pelo vento.
Minha doce infância porque permitiu a minha partida?
Éramos tão doces, tão amigos, levados ao alto das copas das árvores.
Nossos pés encardidos corriam soltos por sobre os pântanos
À beira dos rios em direção aos arrozais cacheados de centelhas
Douradas.
Vida, vida, porque nos mantém refém destes momentos de encantamentos?
E porque esta moldura feita de estrelas?
Como entender que os sóis se poriam tanto e tanto nos afastaríamos do passado?
Que fossemos sempre crianças na busca de um brinquedo novo
Ou que nossos gritos de alegria ainda fossem ouvidos entre estes arranha-céus.
Nossas lembranças dão brilho aos olhares de nossos avós
Dão Sons as vozes de nossos amigos
Agigantam nossos corações
Tornam arfante nossa respiração na busca daqueles amores, amores, amores.
Vida, Vida, Tu me deixaste crescer para ver estas paredes frias.
As pessoas correndo para o nada, as conversas vazias,
A violência dentro de nossos lares em tecnologia avançada
As mortes por motivos fúteis, as desgraças cada vez mais perto.
Melhor que o Amor nos leve com ele quando ainda estiver conosco.