Quanto amor cabe

Quanto amor cabe em teu silêncio se estás em todo lugar como um rio e desembocas num mar de lonjuras? Deixa-me escutar a tua voz como murmúrio do vento em meus ouvidos, deixa-me dizer-te das andanças que fiz no tempo do outonar caminhos afora! O vocabulário do mundo nasce do que emudece em ti no que de mim resta por entre as parábolas do tempo, a tua canção do viver é uma nau de sossego que toca minha pele e te chama de amor porque o rio e o mar se acasalam e estão nas constelações que olhas à noite quando o céu está quieto e a brisa encosta em teu rosto como beijos e invocam teu nome para te adormecer do ruído do mundo e te acordar por entre as encostas do inevitável que somos nós. Quanto amor cabe em teu silêncio?