Ela era pequena
Ela era pequena, tinha um “q” de atraente, o vento adorava roubar-lhe o perfume e o espargia por entre linhas e entrelinhas de qualquer um que o encontrasse.
Usava sempre um batom de sorriso, de todas as cores e sabores, era artilharia, e da pesada, não era qualquer coisa que o borrava; tinha os olhos delineados de negros recheados de mel, diariamente trabalhava; “notivagamente escrevivia”.
Chorava sim, claro que ela chorava, era tão humana quanto; e a lágrima só lhe descia o rosto depois de acatada pela verdade.
Ela era pequena e tão grande, e se jogava nos sentimentos, sem se importar com o provir, os seus cabelos eram desalinhados, sem permitir o desalinho emocional.
Centrada sim, decidida sempre, frágil como uma borboleta, intensa como o espaço, de abraço exato.
Sem meio termo, em cima do muro não é lugar para ninguém que quer ir à frente.
Vestia-se com simplicidade em uma moda peculiar nas alturas do seu salto.
Adorava os pores de sol, o canto dos pássaros a encantava e o olhar da criança era tocante.
Ela era pequena, tão sã e tão louca, louca por paixões, louca pela chuva, por ela às vezes não batia bem e chovia junto.
Ela era pequena... Talvez não tenha sido enxergada!
Uberlândia MG
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