A FALA AMOROSA

Sensibilidade aflorada com a fala amorosa que soa aos ouvidos, sinto um aperto na garganta, e logo vem à lembrança a delicada função que os poetas desempenham no mundo: comover através da palavra viva. Porque o poema é assim: só adquire vida se houver sobre ele (o humaníssimo) olhar do semelhante. E, nesta hora confusa do nascimento, assoma uma vontade de chorar, talvez porque neste momento a garganta não é apenas minha, mas a voz dos mais intensos alter egos, os "diabinhos" que fazem o humano mais temporal ainda.

– Do livro SORTILÉGIOS, 2011/15.

http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/5248606