Meus passos

Quão mais fácil é julgar os erros de alguém, até os supostos, do que entender o que realmente levou uma alma por esse caminho?

A dor que enxergo em meus passos se mistura a sensação de desprendimento, de coisas que importavam, e hoje não fazem sentido, mesmo que ainda importem...

A morte traz consigo uma sensação de que nada mais faz sentido, se fisicamente não podemos mais dar aquele abraço, olhar nos olhos, sentir, enfim, quão física é a morte? Quanto da essência pode viver na lembrança?

Dores que se misturam, pessoas que se vão, algumas pra não voltar, outras pra ser uma eterna dor, outras eternas lembranças. O que afinal é eterno diante da insignificância de nossas vidas, de nossos dias que são tão curtos.

Mas ainda assim enxergo como maiores erros, as fraquezas da indecisão, de deixar o todo afetar o um, pois no fim, tudo que importa, é quem de verdade nos importa, olho os rastros que meus passos deixam, com erros, sim, mas com a certeza de que ao mesmo tempo pude deixar coisas boas onde passei, de onde vim, no que me ensinaram, isso importa, e muito...

“Nem sempre faço o que é Melhor pra mim.... Mas nunca faço o que eu não tô afim de fazer.”

Viro o rumo, traço novas rotas, porque não? Não foi escolha minha, ainda que não deixe minha dose de responsabilidade despercebida, a vida é muito pra ser podada, grande pra ser medida e pequena pra ser desperdiçada.

As tristezas me perseguem, os remorsos me seguem, as dúvidas me atormentaram, por muito tempo.... E eu? Seguirei em frente, mais rápido que elas,.

“Sempre em frente, nós não temos tempo a perder...”

Que minhas dúvidas virem certezas, que meu silencio grite, e que minha voz passe despercebida onde não for desejada, eu tenho fé na força do silencio.....

“Disseste que se tua voz, tivesse força igual, a imensa dor que sente, seu grito acordaria, não só a sua casa, mas a vizinhança inteira....”

Já gritei a minha dor, já chorei o meu luto e expressei minha saudade...

Já pedi os perdões que precisei, já me expus o que aguentei, já me escondi mais do que precisava, mais do que merecia, mais do que aguentei...

Ainda assim algumas coisas algumas coisas decepcionam, mas o esforço nunca é feito para ser reconhecido, na maioria das vezes ele é feito por ser necessário....

“Se o que importa, não importa, não da nada ser irrelevante...”

Que o novo abunde, que o passado não atrapalhe o presente, e que esse não antecipe o futuro, que afinal não nos pertence, até que chegue...

Que eu deixe de ser quem era, pra ser quem sou, com erros, acertos, com as falhas que me aprouverem e os acertos que conseguir...

Quem vem comigo? Não sei, só enxergo minhas pegadas... a frente, atrás, o tempo do círculo acabou, me siga a frente quem quiser.

“Ando só, pois só eu sei, por onde vim, por onde andei...”

“Eu traço meus rumos eu mesmo (a esmo) E se nunca sei a quantas ando Se ando sem direção É porque nunca se sabe... É porque nunca se sabe”