Meio do caminho
Já faz um tempo...
Percebi que o céu
Não é sempre o mesmo
A cada dia
se borda diferente
Nem sempre
têm carneiros e flores
Há dias
que a tela é de multidão
Outros dias de um azul
De perder olhos
Do mesmo modo
o verde encanta
Cintila em tons e tons
Mesmo o Sol
amanhece
sempre revigorado
às vezes dourado
de tom sobre tom
outras vezes
tão misturado
de salmão e alaranjados
As canções da natureza
se revezam no ofício
de não silenciar a vida
No meio do caminho
posso ver meu rastro
construído de pétalas
pois onde andei
larguei sementes de amor
meu passado se transformou
vi que foi tudo bom
e para a frente tem um lago
onde dorme e acorda o céu
as borboletas me rodeiam
a estrada está aberta
vou indo sem presa...