CHOVE EM MIM.
Onde era sol escureceu. E chove. Uma chuva forte. Temporal com direito a raios e trovões. Também chove em mim. Trovões açodam meu peito, descompassando o ritmo do coração, que ora aperta, ora salta, a mim assustando.
Os raios tão bem vindos, quando solares, hoje à noite são flechas a me furarem as entranhas. A noite dói aqui. É melancólica, como o que trago em mim. Cenário perfeito.
Em grandes tragadas fumo o mundo para me esquecer da dor. Antes você, agora é o cigarro meu companheiro.
Nunca tive medo de tempestade. Juro que adoro os estrondos ocasionados pelas nuvens se chocando. E vejo beleza nos relâmpagos que riscam o céu. Mas não gostaria que eles me invadissem assim. Não é essa a noite que eu quis. Não era para ser sem você.
Estou protegida da chuva lá fora, mas não da que chora em mim. Resta-me a fé de sobreviver a esta noite e se o meu espírito não for na enxurrada, terei o sol iluminando minha tez, secando-me as lágrimas e sorrirei outra vez.