Que viagem!?!

QUE VIAGEM!?!

Emília. Esta sou eu! Mulher, mãe, professora... Falo agora da professora espantada com o nascimento da aula de quarta, aos vinte e dois dias de abril do ano quinze do segundo milênio da era digital, quando Ana; esta é a aluna, depois de breves risos infantes, entra na Ruazinha dorminhoca de Quintana, chama com a mão a

turma duzentos e onze e eu, da Érico, para adentrarmos, sem os calçados barulhentos; só de meias... descalços talvez, para ressonar por alguns instantes com a brisa leve enovelada na calçada de pedra bruta... Sim... De outra pedra... Não a que havia no caminho de Drummond, esta agora virou estátua dele, companhia bronze para cariocas e paus de selfie... Ainda pé por pé, a An+j+a magricela recita mais alguns versos com as palmas sobrepostas, ninando-as do lado esquerdo do rosto, nos arremessando no silêncio ensurdecedor

da noite mansa e morna, nos alertando para seguirmos sempre em frente... Toda a vida... Até o fim da ruazinha, afirmando não haver nada e ninguém para desencantar almas leitoras feito as nossas.

Apenas há, lampiões sonolentos clareando os sonhos das floreiras penduradas nas janelas mais próximas e apenas uma réstia de luz desliza junto com as gotas de orvalho já cristalizadas pelo tardão da noite, fazendo reluzir os olhares dos encantadores visitantes. Ana, a guia dessa odisseia literária, reverencia o anfitrião-poeta da famosa Ruazinha. Cheiramos os pontos, as vírgulas e mais uma vez as palavras quietinhas; chaves certas para caminhos menos barulhentos e livres, anunciamos a chegada da duzentos e doze; próximos leitores e, de fininho, pegamos carona com a estrela cadente mais próxima; guardiã da logística literária noturna e descemos na Estação da Floração da Leitura, da cidadela de Veríssimo, com sorrisinhos marotos, de quem já volta!

Os grilos... Sim, estes acordaram agora e continuam esfregando os olhos do lado de fora do poema, dentro da sala, juntos com a turma e eu, grilados com Jaime; colega-aluno, pra lá de especial, em deleites com o pulsar da minha poesia entre os dedos, bem no meio sua ansiedade, pelo segredo preste ser revelado pela magia da declamação e o amparo da aula de literatura. Aplausos intensos! Para Ana ou Jaime? Para a “Ruazinha” ou “Deleite”? Para a galera com ouvidos afinados para arte literária ou para mim? Emília de quê? Emília de Baita Sorrisão, bem feliz com a Shayanne, as Vitórias,Para Sabrina, Ryan, Nahuany, Mariéli, Marcos, Luciano, Lucas, Letícia, Kyara, Kátlin, as Jênifers , os Henriques, Glória, as Gabrieles, Gabriel, Fernando, Fabiano, Êmely, Elias, Eduardo, Edson, Daniel, Carlos, Bruna, Andrieli e a Ana Paula, para juntos construirmos outras trilhas literárias e falarmos mais e melhor pelos poros da palavra escrita. Valeu! Que viagem!?!

Emília Inês Pinheiro Bervian